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Belo Horizonte chega aos 126 anos mirando o futuro

Data reacende memórias e discussões sobre o futuro da Capital, que passa por uma das mais importantes transformações de sua história

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Crédito: Leonardo Morais

Belo Horizonte celebra hoje (12) seu 126º aniversário. A data desperta o interesse e a curiosidade dos moradores a respeito do passado e do futuro da capital mineira que, apesar dos desafios, se encontra em constante evolução.

Principal centro econômico de Minas Gerais, Belo Horizonte abriga cerca de 2,3 milhões de habitantes e um Produto Interno Bruto (PIB) próximo a R$ 100 bilhões, figurando entre as maiores economias do Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A cidade abriga importantes startups e empresas de diferentes setores como comunicação, eletrônica e moda, além de importantes instituições financeiras e comerciais.

A Capital também passa por desafios, comuns às grandes metrópoles, com destaque para as áreas de comércio e outros importantes temas, como mobilidade urbana e moradia. As soluções passam pela revitalização do patrimônio histórico, requalificação do hipercentro e fomento ao comércio local, que apresenta sinais de recuperação após a pandemia com crescimento no varejo de 0,84% de janeiro a agosto deste ano, segundo levantamento da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH).

O passado pode inspirar o futuro da cidade

Veículo de entrega de mercadorias do Pare Royal estacionado na rua da Bahia, junto à requintada loja, na década de 1920.
| Crédito: Arquivo Biblioteca Digital do Governo de Minas

Eu conheci a rua da Bahia quando ela era feliz. Era feliz e tinha um ar de importância que irritava as outras ruas da cidade.

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Quais lições do passado podem se tornar inspirações para o planejamento do futuro de BH? Fundada em 1897, a capital mineira já nas primeiras décadas se destacava no cenário nacional. Segundo o arquivo “Belo Horizonte e o Comércio”, elaborado pela Fundação João Pinheiro (FJP) para comemorar o centenário da Capital, em 1940, a cidade já contava com 214 mil habitantes, registrando o maior percentual de crescimento entre as capitais brasileiras.

Os bons resultados, por consequência, impulsionaram o comércio local, que concentrado em importantes vias da região central, era sinônimo de qualidade, excelência e relacionamento com o cliente. “A qualidade do tratamento dispensado aos fregueses era um aspecto constantemente destacado nas publicações da época pelos próprios comerciantes, sendo nítido o caráter pessoal do relacionamento comercial”, destaca o documento.

Comércios longevos unem tradição e inovação

Fundada em 1881, a Casa Salles se estabeleceu em Belo Horizonte no ano de 1904 | Crédito: Divulgação/Casa Salles

Fundada em 1881, a Casa Salles se estabeleceu em Belo Horizonte no ano de 1904 após a troca da capital mineira, que anteriormente era em Ouro Preto. João de Salles, fundador do empreendimento, adquiriu um imóvel onde ainda hoje está localizada a loja na rua São Paulo, esquina com a rua dos Caetés. Foi nesse local onde criou sua família e os negócios prosperaram.

Atualmente em sua quinta geração, a unidade, que comercializa armas e munições, preserva todas as instalações originais (balcões, vitrines, caixa registradora e outros objetos) desde sua fundação. Em contrapartida, a Casa Salles segue inovando: a empresa marca presença no ambiente digital, conta com uma loja virtual, blog, além de uma gestão moderna e eficiente.

Com mais de oito décadas de atividade, o Mercado Central, um dos principais pontos turísticos de Belo Horizonte, tem sua história marcada por transformações. Inaugurado entre as vias Paraopeba (atual avenida Augusto de Lima), Goitacazes, Curitiba e Santa Catarina, o local não possuía cobertura nem sistemas de água encanada e esgoto.

Com o passar dos anos, o local se transformou, mantendo a sua essência, e virou um dos principais pontos turísticos de Belo Horizonte. Hoje, o mercado, aberto de domingo a domingo, conta com 24.000m² de área e possui 400 lojas, que empregam diretamente 2.850 funcionários. O público estimado é de aproximadamente 1 milhão de pessoas por mês.

Economia criativa eleva patamar da Capital

Levantamento do Observatório Nacional da Indústria (ONI), núcleo de inteligência e análise de dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), projeta que 8,4 milhões de trabalhadores estarão empregados em áreas da economia criativa até 2030. Em Belo Horizonte, o setor segue como uma das principais apostas do mercado.

No ano passado, a capital mineira ganhou o primeiro hub de economia criativa do País, o P7 Criativo, instalado na Praça Sete, no hipercentro. O edifício, projetado por Oscar Niemeyer, hoje sede do hub, tem capacidade de abrigar mais de 500 startups e poderá receber mais de 3 mil pessoas por dia. “Somos uma comunidade em que empresas e pessoas da criatividade, inovação e tecnologia podem fazer conexões, empreender, colaborar entre si e desenvolver negócios relevantes”, destaca o hub em suas plataformas digitais.

Ainda no hipercentro da Capital, o Mercado Novo vem se destacando nos últimos anos, graças a um intenso processo de revitalização. O local, atualmente, abriga importantes marcas mineiras de moda, cultura e gastronomia, além das tradicionais gráficas, bares e lojas de uniformes.

O local conta com mais de 1200 lojas e une diferentes setores do comércio. | Crédito: Divulgação/Mercado Novo

Para celebrar o aniversário de Belo Horizonte, a Prefeitura planejou atrações especiais para os cidadãos. Entre os atrativos da programação estão uma missa em Ação de Graças, a inauguração do Memorial à Vida, em homenagem às vítimas da Covid-19, e da decoração natalina de praças e monumentos da capital. Uma das novidades de 2023 será uma árvore de aproximadamente 20 metros na Praça Raul Soares e um letreiro luminoso na Praça do Papa.

Além disso, alunos de 20 escolas da rede municipal farão duas apresentações da Cantata, às 9h30 e 14h30, nas escadarias da PBH, na avenida Afonso Pena, interpretando canções clássicas e da MPB.

Outro atrativo para celebrar o aniversário de Belo Horizonte é o Ponto Cultural CDL (da CDL/BH), que faz parte do Circuito Liberdade. O local reúne memórias e peculiaridades a respeito do caminho percorrido pelo comércio varejista de Belo Horizonte, além de suas transformações ao longos dos anos.

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