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Calor e festas de fim de ano são apostas do setor de bebidas

Após primeiro semestre ruim, empresas mineiras estimam crescer até 4% neste ano

imgVendas do setor de bebidas chegam a crescer 30% na primavera e no verão, informa o sindicato | Crédito: Alessandro Carvalho

Após amargar um primeiro semestre sem crescimento, o setor de bebidas aposta na onda de calor e nas festas de final de ano para cumprir a expectativa de crescimento anual de 3% a 4% em 2023. O primeiro semestre é tradicionalmente pior para o setor, já que os estoques para o fim do ano são feitos normalmente em novembro e dezembro.

As explicações são do presidente do Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais (Sindibebidas), Mário Marques. De acordo com ele, o faturamento registrado no primeiro semestre nas 483 empresas do setor em Minas este ano não teve queda, mas também não registrou crescimento e foi aquém do esperado.

Dessa forma, a chegada da primavera com os registros das altas temperaturas, alcançando próximo dos 40ºC, e posteriormente o verão, favorecem o setor que é sazonal. O aumento das vendas chega a registrar acréscimo de 30%. “O calor para nós é sempre bom, assim como as festas. Para o setor de bebidas e de sorvetes, quanto mais calor, mais vendas”, diz.

Sem apresentar percentuais, Marques afirma que é natural um primeiro semestre com resultados não favoráveis, ainda somados a queda do poder de compra da população. “As bebidas são consideradas bens de consumo.  Sendo assim, são muito influenciadas pelo poder de renda da população que esteve em queda este ano”, comenta.

ICMS e férias dos mineiros são desafios para o segmento

Outro ponto levantado pelo presidente são os desafios que eles podem encontrar este ano. Entre eles, o fato do mineiro procurar o litoral no período de férias. “Minas recebe muitos turistas o ano todo, mas no verão, a gente sabe que o mineiro vai é para praia”, comenta Marques. Ele conta que um dos principais desafios do setor no Estado, é manter os números favoráveis mesmo com a vacância do mineiro para outros estados.

Outro desafio que o setor pode amargar ainda em 2023 é a alta do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação Serviços (ICMS) proposto pelo Projeto de Lei 1295/23 de autoria do governador Romeu Zema (novo). O PL pretende aumentar em 2 pontos percentuais a alíquota das bebidas.

Na proposta, o aumento de 25% para 27% no ICMS está sendo atribuído a uma lista de produtos considerados supérfluos, entre eles as cervejas sem álcool, as bebidas alcoólicas (com exceção das aguardentes de cana ou de melaço), os refrigerantes, as bebidas isotônicas e as bebidas energéticas.

“Não podemos deixar este projeto passar. Nosso setor seria afetado duramente. A gente já contribui muito com o Estado. Só no ano passado, a arrecadação do setor de bebidas foi de R$ 2,8 bilhões em ICMS em Minas”, comentou Marques. O número representa 7% de toda a arrecadação de ICMS do setor industrial no Estado.

O presidente do sindicato acredita que se aprovado o projeto de lei, somados à recomposição salarial que deve registar um aumento de 6 a 8%, a bebida pode ter um aumento de até 20% nos pontos de venda. “O inocente aumento de 2% cobrado na indústria, acaba virando 11% para nós e chega nos pontos de vendas mais alto ainda”, diz.

Ele acredita que possivelmente a bebida pode chegar a ter aumento de 20% e preocupa porque a população não vai absorver isso. “Daí acaba acontecendo a redução de produção, o desemprego”, pondera.

Expectativa é de crescimento anual

Mesmo neste cenário de incerteza, o presidente do Sindibebidas, que também é produtor da cachaça e do gim Dona Beja, comenta que  2023 o setor vai registrar crescimento. “Temos uma expectativa modesta, mas dentro deste cenário, um crescimento de até 4% devemos registar”, finalizou.

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