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Crise no Equador não afeta comércio exterior

Estado exportou somente no ano passado US$ 76,3 milhões em produtos para o país andino, segundo o Mdic

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Equador está em estado de exceção para conter a violência | Crédito: Karen Toro/Reuters

A crise de violência no Equador que eclodiu esta semana ainda não tem potencial para afetar o comércio exterior. É o que aponta o consultor do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Em um primeiro momento, é possível que o desembarque de cargas no país equatoriano torne-se mais lento. Mesmo assim, as empresas não preveem que o conflito interno afete as transações comercias a médio e longo prazos.

Em 2023, as exportações de Minas Gerais para o Equador totalizaram US$ 76,3 milhões, 17,9% a menos que 2022. Por outro lado, as importações mineiras do país andino somaram US$ 11 milhões, um crescimento de 29% em relação a 2022, de acordo com dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

Na pauta de exportação, os principais produtos enviados de Minas para o Equador são os siderúrgicos. Os embarques de semimanufaturados de ferro ou aço não ligado, por exemplo, movimentaram US$ 10,764 milhões no ano passado, segundo o ministério.

A violência começou após a fuga da prisão do chefe da “Los Choneros”, uma das facções criminosas mais temidas do país. O presidente Daniel Noboa decretou estado de exceção. Há um toque de recolher em vigor e as Forças Armadas foram autorizadas a ir para as ruas apoiar a polícia. Cidades registraram invasões de criminosos, explosões e sequestros.

O consultor da Fiemg, Alexandre Brito, considera que a crise de segurança equatoriana tem um efeito muito pontual no comércio exterior. A consequência para as exportações para o Equador seria no controle das cargas. “Provavelmente, algumas medidas de reforço da fiscalização aduaneira, da fiscalização para desembaraço e entrada da mercadoria no Equador poderão ser tomadas, tendo em vista as conexões, o problema equatoriano e as suas conexões, toda essa problemática”, explica.

Andamento da crise e seus efeitos para o comércio exterior

A expectativa é que nos próximos dias as cargas procedentes do exterior, como as exportações de Minas Gerais, sejam submetidas a um maior controle aduaneiro no Equador. As operações podem ficar mais lentas para liberação das cargas e entrega ao importador. Fora isso, não é possível afirmar que a crise afetará a balança comercial. “Não vejo grandes mudanças, não vejo como isso possa afetar a exportação brasileira e de Minas Gerais, porque são problemas de natureza distintas”, declara Brito.

O consultor aponta que problemas internos de um país, como a atual crise de violência, não chegam a afetar as transações econômicas neste nível. O comércio exterior depende mais do cenário macroeconômico, como renda nacional e crescimento, do que uma disputa armada entre criminosos e policiais.

Ainda assim, a avaliação das empresas pode mudar caso o cenário equatoriano sofra uma escalada para uma guerra civil. Um panorama que, no momento, exportadores e importadores descartam que a crise alcance. “A situação agora é uma situação policial, acredito que não haja uma grande mudança. Não tenho notícias disso, é muito cedo também. A expectativa é de manutenção da situação, do ponto de vista do comércio, mas não tem novos fatos que justifiquem outra avaliação”, finaliza Brito.

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