Economia

Dólar cai com exterior e aprovação de projetos no Congresso

Às 17:12 (de Brasília), o índice do dólar caía 0,54%, a 101,860

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Crédito: Reuters/Jose Luis Gonzalez

São Paulo – O dólar à vista fechou em baixa ante o real nesta quinta-feira, novamente abaixo dos R$ 4,90, na esteira da queda firme da moeda norte-americana no exterior e com as cotações também refletindo certo otimismo dos investidores com a economia brasileira, após avanços da pauta do governo no Congresso.

O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,8880 na venda, em baixa de 0,48%. Em dezembro, a moeda norte-americana acumula queda de 0,56%.

Na B3, às 17:12 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,59%, a R$ 4,8865.

A moeda norte-americana oscilou em baixa ante o real durante toda a sessão. No início do dia, às 9h06, marcou a cotação máxima de R$ 4,9010 (-0,22%), enquanto os investidores ponderavam, de um lado, a divulgação das novas projeções econômicas do Banco Central e aguardavam, de outro, o anúncio de novos dados econômicos nos EUA.

O Relatório de Inflação do BC mostrou que a instituição elevou de 2,9% para 3,0% a projeção de alta para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2023, mas reduziu de 1,8% para 1,7% a projeção de avanço em 2024.

O documento também trouxe uma forte revisão, para melhor, da chance de a inflação estourar o teto da meta neste ano, com o BC passando a projetar que a probabilidade de o IPCA superar o limite superior de 4,75% da banda de tolerância está em 17%, contra 67% estimados em setembro.

Além disso, a projeção de déficit nas transações correntes em 2023 foi de US$ 36 bilhões para US$ 26 bilhões, graças a uma melhora dos números da balança comercial. No caso de 2024, o déficit em transações correntes projetado foi de US$ 37 bilhões US$ 35 bilhões.

Os números do BC sugerem uma situação relativamente confortável para as contas externas, já que apenas as projeções de Investimento Direto no País (IDP) indicam, na outra ponta, entradas de US$ 60 bilhões no Brasil em 2023 e de US$ 70 bilhões em 2024.

A baixa do dólar estava em sintonia com o recuo da divisa dos EUA também no exterior, tanto em relação às moedas fortes quanto em relação às moedas de emergentes e exportadores de commodities. Por trás do movimento estava novamente a queda dos rendimentos dos Treasuries – mantida até a metade da tarde – em meio às apostas de que o Federal Reserve caminha para cortar juros em março de 2024.

Alguns números sobre a economia dos EUA, divulgados na primeira metade do dia, corroboravam esta expectativa. O Departamento do Trabalho dos EUA informou que o elemento de gastos do consumidor do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre foi revisado para baixo, de 3,6% para 3,1%, enquanto o crescimento geral do PIB sofreu ajuste de 5,2% para 4,9%.

De acordo com Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos, a baixa do dólar também era justificada por certo otimismo dos investidores com a área fiscal brasileira. Na quarta-feira, o Congresso promulgou a reforma tributária, enquanto o Senado concluiu a aprovação da Medida Provisória das subvenções e dos Juros sob Capital Próprio (JCP), que promete reforçar o caixa do governo.

Na mínima da sessão, às 13h32, o dólar atingiu R$ 4,8636 (-0,98 %). Durante a tarde, a moeda dos EUA recuperou parte da força ante o real, mas ainda assim encerrou o dia em baixa, colado ao exterior.

Às 17:12 (de Brasília), o índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – caía 0,54%, a 101,860.

Pela manhã, durante a apresentação do Relatório de Inflação, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, também abordou o câmbio no Brasil. Ele chamou atenção para o fato de que a volatilidade tem sido baixa e disse que o real se mostra uma moeda “bastante resiliente”.

“O Brasil é sério candidato a receber fluxo de investimentos mais perene”, acrescentou, lembrando que, se isso de fato se materializar, o câmbio tende a ser beneficiado.

Também pela manhã, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de fevereiro.

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