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Endividamento das famílias cai em Belo Horizonte

Houve redução de 0,3 p.p em novembro frente a outubro, segundo Fecomércio MG; é o 5º mês seguido de queda

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Número de famílias que não terão condições de quitar dívidas em BH apresentou estabilidade | Crédito: Adobe Stock

O cenário macroeconômico positivo, com desemprego e juros mais baixos, inflação controlada, além das transferências de renda do governo federal, estão impactando positivamente o endividamento das famílias, tanto em Belo Horizonte como no País, segundo a economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG), Gabriela Martins.

A análise da especialista é confirmada pela redução de 0,3 ponto percentual no endividamento em novembro na comparação com outubro, chegando a 91,7% e compreendendo 53,3% dos consumidores da capital mineira. É o quinto mês consecutivo de queda em Belo Horizonte.

Os dados fazem parte da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), aplicada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) e analisada pelo Núcleo de Estudos Econômicos da Fecomércio MG, divulgada ontem.


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Levantamento da CNC, que foi divulgado na semana passada, também mostra recuo por cinco meses seguidos do endividamento no Brasil em novembro. No penúltimo mês de 2023, a queda no número de endividados foi de 0,5% ante o mês anterior no País.

“Apesar da redução, o endividamento em Belo Horizonte está em um nível bastante elevado”, observa a economista da Fecomércio MG. Embora avalie a situação como alarmante, a especialista ressalta que o endividamento, por si só, não pode ser interpretado como um fator negativo, visto que a utilização do crédito, desde que de maneira consciente, permite o acesso a um maior nível de consumo.

Gabriela Martins ressalta que, por questões sazonais, a tendência é de alta no endividamento em dezembro, mês marcado por viagens e comemorações, como Natal e Réveillon.  Entretanto, o mesmo não deve acontecer com os índices de inadimplência, que podem cair ou mesmo se manter estável.

“Além da influência positiva das variáveis macroeconômicas, há o impacto do programa Desenrola Brasil e do 13º no pagamento das dívidas e, logo, no nível da inadimplência”, observa a economista.

O coordenador de Ciências Contábeis da Faculdade Estácio Venda Nova, em Belo Horizonte, Alisson Batista, observa que uma economia mais aquecida faz com que as pessoas gastem mais e, logo, acabem se endividando.

Ele aconselha cuidado com o consumo no fim do ano e lembra que o próximo exercício começa com gastos, como o pagamento de impostos, além de material para quem tem filhos em idade escolar.

Dívidas em atraso estão estáveis em novembro

O número de famílias que não terão condições de quitar suas dívidas em Belo Horizonte somou 9,5%, em novembro, apresentando estabilidade em relação ao mês anterior, segundo levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG), divulgado ontem.

A economista da entidade, Gabriela Martins, ressalta que a inadimplência pode ocasionar uma restrição de acesso ao crédito. “Dessa forma, as famílias têm que buscar o controle na hora de consumir”, aconselha.

De acordo com a pesquisa, o principal compromisso financeiro assumido pelos consumidores da Capital é o cartão de crédito. Em novembro, 93,3% se comprometeram com a modalidade.

O índice de endividamento de novembro é 14,7% maior em famílias com renda igual ou inferior a dez salários mínimos (60,1%) do que o observado em famílias com salários maiores (45,4%). Dos endividados, 58,1% ainda não conseguiram honrar seus compromissos e estão com dívidas em atraso.

Entre aqueles que acreditam que não terão condições de pagar os compromissos financeiros em atraso, o índice maior é visto em famílias com renda igual ou inferior a dez mínimos (10,6%) em comparação às de maior salário (3,7%).

Entre aqueles com dívidas atrasadas, 17,9% entendem que não terão condições de honrar, no próximo mês, com os compromissos adquiridos.

Entre as famílias com contas pendentes, 25,2% afirmam que essas contas ultrapassam 90 dias. A pesquisa também mostra que as dívidas estão atrasadas, em média, há 51,3 dias e 67,6% das famílias possuem compromissos por tempo igual ou superior a 90 dias. O tempo médio de comprometimento de renda é de 6,3 meses.

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