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Endividamento e inadimplência diminuem em Belo Horizonte

Mesmo com redução, o endividamento ainda atinge um percentual relevante da população belo-horizontina

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O principal compromisso financeiro assumido pelos consumidores de Belo Horizonte em outubro foi o cartão de crédito | Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo Diário do Comércio

A inadimplência e o endividamento dos consumidores em Belo Horizonte registraram queda no mês de outubro. Pelo quarto mês consecutivo, o endividamento caiu na capital mineira, com uma redução de 1,2 ponto percentual em relação a agosto, chegando a 92%. No mês de outubro, em média 28,3% do orçamento mensal das famílias estava comprometido, valor 3,7% inferior ao observado no mesmo período do ano passado.

Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) da Confederação Nacional do Comércio (CNC), analisada pelo núcleo de estudos econômicos da Fecomércio MG, que mostra ainda que 40,7% dos entrevistados se consideram pouco endividados.

Apesar da tendência de redução, a economista da Fecomércio MG, Gabriela Martins, ressalta que o endividamento ainda atinge um percentual relevante da população belo-horizontina. Ela avalia que o resultado permanece atrelado a uma grande utilização do crédito para gastos do cotidiano como, por exemplo, as compras do mês. “A redução do número de endividados pode estar atrelada a diversos fatores, tais como uma menor proporção de comprometimento da renda com dívidas. Quanto menor a parcela da renda gasta com o pagamento de dívidas maior é a disponibilidade financeira para o consumo à vista, além de facilitar o pagamento de compromissos já existentes”, explica.


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Além disso, a economista aponta a desaceleração da inflação, a queda do desemprego e a recente diminuição da taxa básica de juros entre os fatores que podem justificar a tendência de queda no endividamento, mas deixa um alerta. “Apesar do cenário positivo, com a chegada do período de final do ano, que é caracterizado por um maior consumo, o endividamento tende a voltar a se elevar. Dessa forma, as famílias precisam estar atentas ao seu controle financeiro, para que o consumo por meio do crédito não se torne um problema futuro”, afirma Gabriela Martins.

Inadimplência segue a mesma tendência do endividamento

Se o endividamento é um indicador que mostra o quanto os consumidores estão se comprometendo com financiamento de imóveis, carros, empréstimos e cartão de crédito, o índice de inadimplência retrata o percentual de consumidores que possuem dívidas e estão com os compromissos financeiros atrasados.

De acordo com as informações da PEIC, o percentual de consumidores com contas em atraso em outubro diminuiu 1,7 ponto na comparação mensal, somando 53,6%. O índice é 14,4 p.p maior em famílias com renda igual ou inferior a dez salários-mínimos (55,6%) do que em famílias com salários maiores (41,2%). Já o número de consumidores que não terão condições de quitar as dívidas foi de 9,5%, uma queda de 0,8 ponto em relação ao mês anterior.

A pesquisa aponta que o principal compromisso financeiro assumido pelos consumidores de Belo Horizonte é o cartão de crédito sendo que, em outubro, 93,7% comprometeram a renda com essa modalidade. Para as famílias que ganham acima de 10 salários-mínimos, o levantamento mostra que 99,3% estão endividadas no cartão. Já os grupos familiares com rendimentos abaixo de 10 salários endividados no cartão somam 92,8%, enquanto 35,2% estão endividados com compras feitas no carnê.

A economista da Fecomércio MG avalia que o uso responsável de cartões de crédito e empréstimos é importante para o comércio, uma vez que a saúde financeira dos consumidores tem impacto direto nas operações dos estabelecimentos. O risco de inadimplência é uma preocupação constante, pois consumidores endividados podem não conseguir pagar suas compras a tempo, afetando as receitas das lojas.

“Para mitigar esses riscos, os empresários devem adotar políticas de crédito rigorosas, realizar análises de crédito criteriosas ao oferecer opções de pagamento a prazo. Em última análise, o sucesso do negócio depende da capacidade de manter um equilíbrio entre atrair clientes e garantir que eles gerenciem suas finanças de forma responsável para evitar problemas financeiros que possam afetar as operações da loja”, explica.

A PEIC de outubro mostra que as dívidas em Belo Horizonte estão atrasadas, em média, há 51,2 dias e que elas comprometem, aproximadamente, 28,3% do orçamento mensal das famílias. Entre os inadimplentes, 26,8% afirmam que os atrasos ultrapassam 90 dias, enquanto 67,5% dos grupos familiares da capital possuem compromissos por tempo igual ou superior a 90 dias.

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