Economia

Ibovespa fecha com alta discreta e caminha para melhor mês

São Paulo – O Ibovespa fechou com um acréscimo discreto nesta segunda-feira, marcada pela fraqueza dos pregões em Wall Street, mas queda nos rendimentos dos Treasuries, enquanto a cena corporativa local dividiu atenções com dados de arrecadação do governo federal.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa registrou variação positiva de 0,17 %, a 125.731,45 pontos. Na máxima do dia, chegou a 125.826,08 pontos. Na mínima, a 124.839,65 pontos. O volume financeiro somou R$ 20,5 bilhões.

A relativa hesitação do Ibovespa ocorre após rali que deve garantir a novembro o melhor desempenho mensal em três anos, com o ganho acumulado até o momento em torno de 11%.

Em Nova York, o S&P 500 fechou com decréscimo de 0,2% e o Dow Jones cedeu 0,16%, enquanto o Nasdaq Composite encerrou com variação negativa de 0,07%. No mercado de dívida, o Treasury de 10 anos marcava 4,3865%.

A equipe da Mirae Asset chamou a atenção para a “agenda pesada” da semana nos Estados Unidos, com dados de PIB, o Livro Bege e o indicador de preços PCE, além de discursos do chair do Federal Reserve, Jerome Powell.

No Brasil, segundo a equipe da BB Investimentos, “com os desdobramentos no campo monetário nos EUA incorporados pelo mercado nas últimas semanas, o foco… retorna à pauta fiscal e seus impactos na curva de juros de longo prazo”.

Assim, também ocuparam as atenções dados mostrando que a arrecadação do governo federal teve alta real de 0,10% em outubro ano a ano, a R$ 215,602 bilhões, um pouco acima da expectativa em pesquisa da Reuters, de R$ 212,5 bilhões.

De acordo com o economista Rafael Rondinelli, do Banco Modal, a arrecadação surpreendeu positivamente a expectativa do mercado, refletindo, principalmente, a reoneração de impostos de combustíveis ao longo do ano.

Ele, porém, espera que a arrecadação federal siga desacelerando até o final do ano em função do arrefecimento na economia, parcialmente compensado pelo bom desempenho do mercado de trabalho e medidas de aumento de arrecadação.

Destaques

– YDUQS ON disparou 10,73%, a R$ 21,25, apoiada por relatório de analistas do JPMorgan elevando a recomendação da ação para “overweight”. COGNA ON valorizou-se 7,19%, a R$ 3,13.

– LOCAWEB ON subiu 2,95%, a R$ 5,94, tendo no radar dados divulgados pela empresa fornecedora de sistemas e ferramentas para comércio eletrônico de que as vendas brutas associadas a sua plataforma cresceram 24,8% na Black Friday ante o mesmo período do ano passado. As vendas em lojas próprias de clientes subiram 28,2%.

– ALPARGATAS PN avançou 2,01%, a R$ 9,12, após reportagem do Valor Econômico citar que a dona da marca Havaianas deverá anunciar nas próximas semanas troca de comando na companhia. Após o fechamento, a Alpargatas informou que o processo de sucessão do presidente interino da companhia, Luiz Fernando Ziegler de Saint Edmond, não está concluído. No setor de varejo de vestuário, LOJAS RENNER ON subiu 2,13%, enquanto AREZZO ON valorizou-se 1,21%.

– ASSAÍ ON ganhou 2,59%, a R$ 13,49, em dia de evento da companhia com analistas e investidores. O grupo afirmou nesta segunda-feira que pretende abrir 15 lojas em 2024 e 20 lojas em 2025, enquanto tem atualmente 15 lojas em obras no país.

– BANCO DO BRASIL ON subiu 1,84%, a R$ 51,90, melhor desempenho entre os bancos do Ibovespa, após anunciar R$ 976,866 milhões em remuneração antecipada aos acionistas sob a forma de juros sobre o capital próprio (JCP). ITAÚ UNIBANCO PN encerrou com decréscimo de 0,26%, BRADESCO PN cedeu 0,62%, BTG PACTUAL UNIT avançou 1,35% e SANTANDER BRASIL UNIT perdeu 0,33%.

– AMERICANAS ON, que não faz parte do Ibovespa, terminou o dia em queda de 5,45%, a R$ 1,04, revertendo o fôlego da abertura, quando chegou a disparar 11,8%, após anunciar que conseguiu de parte dos principais bancos credores da companhia apoio vinculante para o plano de recuperação judicial da empresa, além de crédito deste grupo de R$ 1,5 bilhão. A Americanas afirmou que esse grupo de “credores apoiadores” representa mais de 35% de sua dívida e é formado por Bradesco, BTG Pactual, Itaú Unibanco e Santander Brasil.

– ELETROBRAS ON subiu 2,00%, a R$ 41,30. O conselho de administração da companhia propôs aos acionistas da elétrica a incorporação da subsidiária Furnas, que será deliberada em assembleia em 29 de dezembro, “A incorporação de Furnas representa passo essencial à reorganização societária da Eletrobras conforme previsto no plano estratégico”, argumentou.

– 3R PETROLEUM ON caiu 4,27%, a R$ 30,73, tendo ainda como componente negativo relatório de analistas do Goldman Sachs cortando a recomendação das ações para “venda”. Ainda no setor, PRIO ON terminou em baixa de 2,10%, a R$ 46,22, e PETRORECONCAVO ON, que anunciou novo CEO a partir de 2024, perdeu 2,27%, a R$ 18,97.

– GPA ON cedeu 3,37%, a R$ 3,44. A companhia anunciou nesta segunda-feira que concluiu a venda de participação na Cnova ao Casino por 10 milhões de euros.

– HYPERA ON caiu 2,59%, a R$ 33,41, com analistas do Santander cortando a recomendação da ação para “neutra”, avaliando que a empresa experimenta uma dinâmica volátil de resultados, carece de catalisadores orgânicos claros e enfrenta riscos em termos de incentivos fiscais.

– VIBRA ON recuou 2,43%, a R$ 21,69, após a Eneva apresentar uma proposta não vinculante de fusão com a empresa, em transação que mira a criação de uma gigante de energia ao agregar os negócios de exploração de gás natural e geração termelétrica e renovável à distribuição de combustíveis. ENEVA ON cedeu 2,52%, a R$ 12,74.

– VALE ON fechou em baixa de 0,60%, a R$ 73,31, no quarto pregão seguido de baixa, em dia de desempenho misto de futuros do minério de ferro na Ásia. O contrato mais negociado na Dalian Commodity Exchange (DCE), na China, encerrou o dia com alta de 0,36%, enquanto o vencimento de referência na Bolsa de Cingapura caiu 0,64%.

– PETROBRAS PN recuou 0,57%, a R$ 35,07, em meio à queda dos preços do petróleo no exterior, onde o Brent fechou com declínio de 0,74%. A companhia também informou nesta segunda-feira que o contrato para a venda da refinaria Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor) e seus ativos logísticos foi rescindido.

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