Economia

Ibovespa tem queda e perde patamar dos 130 mil pontos

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,63%, a 129.418,73 pontos

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Crédito: Amanda Perobelli / Reuters

São Paulo – O Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira, perdendo o patamar dos 130 mil pontos e pondo fim a uma sequência de seis altas consecutivas, em meio a movimentos de realização de lucros e pressionado pela queda nas ações da Petrobras e cautela sobre o momento de corte de juros nos Estados Unidos.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,63%, a 129.418,73 pontos, embora na semana tenha acumulado ganho de 0,54%. Na máxima do dia, chegou a 130.624,33 pontos. Na mínima, a 129.077,28 pontos. O volume financeiro somou R$ 21,66 bilhões.

O mercado teve uma recuperação nos últimos dias, após queda expressiva no início do ano, disse o analista Luis Novaes, da Terra Investimentos, mas a perspectiva para os ativos de risco não se mostra positiva suficiente para impulsionar os índices à máxima.

Para o economista Alexsandro Nishimura, sócio da Nomos, mesmo nos seis pregões anteriores, quando o Ibovespa subiu, o movimento foi limitado e não conseguiu aproveitar a euforia externa com o rali das ações de tecnologia, puxado pela norte-americana Nvidia.

Em Wall Street, as bolsas fecharam sem direção única, com o S&P 500 quase estável (+0,08%) e o Dow Jones em alta de 0,21%, enquanto o Nasdaq marcou variação negativa de 0,21%.

“Os dirigentes vêm mantendo uma postura cautelosa com relação ao início do ciclo de baixa (de juros nos Estados Unidos), afirmando que a inflação segue elevada e há riscos de se discutir corte de juros prematuramente”, acrescentou Novaes.

Na véspera, o diretor do Federal Reserve Christopher Waller sugeriu adiar cortes nos juros por pelo menos mais alguns meses para avaliar se o recente aumento na inflação indica estagnação no progresso em direção à estabilidade de preços ou é apenas um obstáculo temporário.

No Brasil, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, mencionou nesta sexta-feira que a autarquia está focando dados de salários em meio a incertezas sobre indicadores mais amplos do mercado de trabalho, visando compreender o impacto que eles têm na inflação de serviços.

A queda na sessão teve influência ainda do recuo nos preços do petróleo no exterior, que puxou para baixo os papéis da Petrobras, de forte peso no índice, e do balanço aquém do esperado da B3 na véspera, apesar do contraponto positivo oferecido pelo avanço das ações da Vale, disse o analista da Buena Vista Capital, Renato Nobile.

Destaques

  • VALE ON subiu 0,24%, a R$ 67,38, após a mineradora reportar na véspera lucro líquido de US$ 2,42 bilhões no quarto trimestre, queda de 35% versus o mesmo período de 2022, com impactos de alta na provisão referente ao rompimento de barragem da Samarco e por um aumento no lucro tributável. A companhia também anunciou a distribuição de dividendos no valor total bruto de quase R$ 2,74 por ação. Nesta sexta-feira, o vice-presidente executivo de Soluções de Minério de Ferro da empresa, Marcelo Spinelli, afirmou que a companhia prevê elevar as vendas para fora da China neste ano, apontando para uma expectativa de crescimento de demanda em localidades como Japão e Europa. Na China, o contrato futuro de minério de ferro mais negociado na Dalian Commodity Exchange encerrou o dia com alta de 0,45%, a 899 iuanes (US$ 124,91) a tonelada.
  • PETROBRAS PN recuou 0,69%, a R$ 41,90, em meio ao declínio dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent, usado como referência pela companhia, fechou em queda de 2,5%. A petroleira anunciou mais cedo o investimento de R$ 250 milhões em projetos culturais. No setor, 3R PETROLEUM ON caiu 4,02%, PETRORECONCAVO ON perdeu 3,02% e PRIO ON cedeu 2,45%.
  • B3 ON caiu 1,58%, a R$ 12,45, após divulgar lucro líquido de R$ 915,5 milhões no quarto trimestre, uma queda de 8,8% na comparação com o mesmo período em 2022, em resultado abaixo das previsões de analistas. A receita líquida da empresa de infraestrutura para o mercado financeiro caiu 2,8%, para R$ 2,24 bilhões no período.
  • ITAÚ UNIBANCO PN encerrou em alta de 0,29%, a R$ 34,26 enquanto BRADESCO PN caiu 1,29%, a R$ 13,89, e BTG PACTUAL UNT recuou 2,3%, a R$ 36,95.- CASAS BAHIA ON perdeu 6,93%, a R$ 8,33, após ter acumulado um ganho de mais de 16% nos seis pregões anteriores, período em que fechou em queda em apenas uma sessão. MAGAZINE LUIZA ON subiu 1,9%, a R$ 2,15, após saltar 7,65% na véspera.
  • LOJAS RENNER ON avançou 0,86%, a R$ 15,26, com analistas do JPMorgan reiterando recomendação “overweight” para as ações da varejista de moda e alertando para tendências de crescimento potencialmente melhores do que o esperado no Brasil. Os analistas elevaram o preço-alvo dos papéis de R$ 15,50 para R$ 17,00.
  • GPA ON caiu 5,03%, a R$ 3,78, em dia negativo para o setor. A varejista anunciou nesta sexta-feira que está negociando com vários “potenciais compradores” diferentes a venda de seus postos de combustível e do imóvel onde está sua sede na cidade de São Paulo, mas que ainda não chegou a acordos vinculantes. CARREFOUR BRASIL ON perdeu 4,05% e ASSAÍ ON recuou 0,74%.
  • MERCADO LIVRE, que é negociada em Nova York, desabou mais de 10%, a US$ 1.629,32, após divulgar lucro líquido estável no quarto trimestre em comparação com um ano antes, de US$ 165 milhões, à medida que o efeito positivo de maiores vendas contrabalançou impactos fiscais. O resultado ficou abaixo das previsões de analistas.
  • NU, também negociada em Nova York, caiu 1,35%, a US$ 10,22, na esteira do resultado do quarto trimestre. O banco digital multiplicou seu lucro líquido em mais de seis vezes em relação ao mesmo período em 2022, para US$ 360,9 milhões, mas abaixo da expectativa média de analistas consultados pela LSEG, de US$ 410,7 milhões.

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