No acumulado de janeiro a novembro de 2023, setor computou alta de 3,2% na produção, maior que média nacional
Os setores extrativo e de refino e biocombustíveis influenciaram positivamente o desempenho do acumulado do ano da indústria de Minas Gerais, que computou alta de 3,2% na produção no intervalo de janeiro a novembro de 2023, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi superior ao da média nacional, que apresentou estabilidade no período, com variação 0,1%.
As indústrias extrativas tiveram alta de 6,4% na produção nesse período no Estado e o segmento de fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis computou elevação de 5,2%.
Dos segmentos analisados pelo IBGE na Pesquisa Industrial Mensal (PIM), dois apresentaram queda no período. A fabricação de produtos químicos apresentou recuo de 11,4% e a indústria de produtos de minerais não metálicos registrou queda de 3,7%.
A analista de pesquisas do IBGE em Minas Gerais, Alessandra Coelho de Oliveira, observa que os resultados verificados em novembro, tanto para o Estado como para o País, têm relação com a melhoria do cenário econômico, com reflexo da redução da taxa básica de juros (Selic), além de resultados melhores no emprego e na renda. “Com a melhora na renda disponível das famílias, o consumo aumenta e isso reflete diretamente na cadeia produtiva industrial”, observa.
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Comparativos
No acumulado em 12 meses, a produção da indústria de Minas cresceu 2,7%, segundo IBGE, desempenho melhor do que o do País (0,0%). Na análise de novembro frente outubro, a produção mineira novamente superou o total nacional. A alta da indústria do Estado foi de 2,5%, na série com ajuste sazonal, enquanto que a variação no Brasil foi de 0,5%.
Já na comparação de novembro de 2023 contra o mesmo mês de 2022, o desempenho de Minas Gerais foi diferente, com resultado estável (0,2%), enquanto o Brasil apresentou expansão da produção industrial de 1,3%.
O economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Izak Carlos da Silva, destaca que os avanços no Estado refletem a força da extração de minério de ferro, que seguiu em alta no último trimestre do ano, bem como a recuperação do segmento de máquinas e equipamentos.
Em 2023, as exportações totais de minério de ferro do Brasil, importante fornecedor da China, alcançaram 378,5 milhões de toneladas, alta anual de 10%, boa parte das vendas é feitas por Minas Gerais.
“A produção industrial do Brasil e de Minas tem crescido bastante no recorte de bens de consumo semiduráveis e não duráveis, como alimentos, bebidas, petróleo e borracha”, observa.
Ele acrescenta que no Estado também foi verificado o crescimento da indústria de bens intermediários e de capital, como o de máquinas que subiu 11,1% no ano em Minas e no Brasil encolheu 7%.
Para o economista, a perspectiva da indústria em 2024, em Minas, é positiva. “A redução da taxa básica de juros seguirá descomprimindo as condições financeiras das firmas em geral e possibilitará que elas façam investimentos”, diz.
