Economia

Mercado livre de energia cresceu 44% em Minas Gerais, diz CCEE

À espera das novas regras de 2024, empresas se antecipam e comércio lidera lista de novos pontos

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Entre os fatores que motivam a entrada de novos participantes no mercado livre em Minas está a mudança na regras para a entrada neste segmento que entra em vigor em janeiro de 2024 | Crédito:
REUTERS/Paulo Santos

Em setembro, Minas Gerais ganhou 51 novos consumidores no mercado livre de energia. O Estado foi o quinto com mais migrações, atrás de São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia e Rio de Janeiro. Com isso, o mercado livre mineiro chegou a 382 novos pontos de janeiro a setembro deste ano, 44% a mais em relação ao mesmo período do ano passado. O comércio é o setor que mais contribuiu para esse número, com 172 novas adesões. Os dados são do levantamento da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

O forte crescimento do Estado em novas adesões vem após dois anos de queda. O CEO da CMU Comercializadora de Energia, Walter Fróes, explicou que o preço baixo da energia nos últimos anos, em virtude dos reservatórios cheios das usinas hidrelétricas, desacelerou a quantidade de migrações. Agora, há uma retomada, motivada pela flexibilização dos requisitos de entrada no mercado livre, a partir de janeiro.

“Essa migração, apesar de ocorrer só a partir de 1º de janeiro, poder ser que efetivamente no mercado livre, esse movimento já começou, com a denúncia de contrato do mercado regulado. É isso que a CCEE está observando, é uma mudança relevante”, disse.

O CEO comenta que contratos no Ambiente de Contratação Regulado (ACR) têm prazo de validade de um ano, mas, se não forem denunciados pelos consumidores com seis meses de antecedência, são renovados automaticamente. “Esse movimento já começou fortemente”, afirma.

Comércio lidera adesões

O comércio foi o setor com mais novos consumidores no Ambiente de Contratação Livre (ACL) em 2023.  Representou 45% das adesões do ano, enquanto o setor de Serviços, o segundo com mais novas unidades de consumo, corresponde a 13%. Em números absolutos, as migrações do comércio (172) são mais do que o triplo do setor de serviços (50).

Para Walter Fróes, a participação do comércio é explicada por ser um mercado consumidor especialmente atendido com as novas regras do ACL. “Muitos comércios encaixam exatamente neste perfil, estão conectados em alta ou média tensão. Tem muitos prédios grandes, que hoje não cumprem o mínimo de demanda. Esse é um cliente clássico que será atendido. Possivelmente é essa movimentação porque este é um fato”, finaliza.

Inclusive, a CCEE já liberou seus sistemas para registro das unidades consumidoras de energia, de pequeno e médio porte, que poderão migrar no ano que vem. O objetivo é realizar o cadastramento antecipado dessas cargas pelas comercializadoras que vão representá-las, para tornar o procedimento mais eficiente e organizado.

Recorde de migrações

Ainda segundo a CCEE, o ritmo das migrações para o mercado livre em 2023 é o maior já registrado no País: são 68% mais adesões do que o mesmo período de 2022. Em todo o País, foram 800 novos consumidores no mês de setembro, e 5.627 ao longo deste ano. Ao todo, são 36.329 unidades no segmento. O mercado livre corresponde por mais de 37% do consumo brasileiro de energia elétrica.

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