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Morar em condomínio não é para qualquer um

Cleuzany Lott (*)

Será que todos estão realmente preparados para morar em condomínio? Antes de dar esse salto,  vamos esclarecer algumas coisas. Morar em um condomínio pode ser como entrar em um mundo cheio de regras e surpresas, e definitivamente não é para aqueles que valorizam a liberdade acima de tudo. Se você acha que vai poder sair de casa de pijamas e dançar a macarena no jardim a qualquer hora, pode ser melhor pensar novamente.

O que é morar em um condomínio senão uma eterna busca pelo equilíbrio entre a harmonia coletiva e a sua expressão pessoal? Se você é o tipo de pessoa que acha que respeitar o espaço e as escolhas dos outros é superestimado, então o condomínio não é o seu lugar. Afinal, pensar no bem-estar do coletivo muitas vezes vem antes de escolher a cor das almofadas do seu sofá.

Condomínios têm um livro de regras que é mais complicado do que as instruções para montar um móvel sueco. Desde horários restritos para usar a piscina até restrições de animais de estimação que podem rivalizar com a legislação de tráfego, é importante estar ciente das normas para evitar  problemas.

Infringir essas regras pode trazer consequências sérias. Desobedecer às normas pode levá-lo à terrível aventura de perder o direito de morar no seu lar.

O  que dizer sobre o “show do vizinho”? Barulho excessivo é um problema constante, gerando conflitos que fariam os roteiros de reality shows parecerem um conto de fadas.

Aquele seu desejo de tocar bateria como um rockstar no meio da noite provavelmente não será bem recebido. O bom senso é fundamental – se você estiver tendo uma discussão calorosa, lembre-se de moderar o tom de voz, ou você pode acabar perturbando a paz do seu condomínio.

Se o seu planejamento financeiro é tão organizado quanto um jogo de Jenga, então você pode querer repensar sua decisão.

Deixar de pagar a taxa condominial é como tentar escalar o Everest de sandálias – você provavelmente não vai chegar muito longe. A inadimplência pode resultar em sérias consequências, incluindo ação judicial e a possibilidade de leilão do seu imóvel.

Ilustração: Clóvis

E sobre animais de estimação? Antes de adotar qualquer PET, pense no temperamento dele, e se você terá cuidados e disposição para cuidar bem do bichinho e manter a ordem e a paz no prédio. Afinal, se o seu PET virar uma estrela de reality show no elevador, seus vizinhos podem não ficar muito felizes.

Se você sonha em fazer uma reforma para impressionar as visitas durante as festas de fim de ano, cuidado! Dependendo do que você planeja, você precisará da aprovação do síndico e seguir todas as regras do Regimento Interno e adequar-se às exigências da ABNT para não correr o risco de ter que parar o trabalho antes de concluí-lo.

E, por último, outro problema comum enfrentado pelos síndicos : a questão de veículos. Antes de comprar um carro grande o suficiente para rivalizar com um tanque de guerra, certifique-se de que ele caiba na sua vaga de garagem. O mesmo vale para a motocicleta dos sonhos,  pois estacionar mal pode ser o início de uma guerra de vizinhos e com o síndico.

Em resumo, morar em um condomínio é como viver em uma comédia romântica com um toque de ação e não é para qualquer um. Se você valoriza sua liberdade acima de tudo, talvez uma casa seja a melhor opção.

Mas se você está disposto a seguir as regras, conviver harmoniosamente com os vizinhos e apreciar as comodidades compartilhadas, então o condomínio pode ser o seu lugar ideal. Afinal, escolher entre casa e condomínio é uma grande decisão, que afetará seu estilo de vida de forma significativa. O que você prefere: a liberdade da casa ou a aventura regulamentada do condomínio? A escolha é sua!


Cleuzany Lott é advogada condominialista, especialista em direito condominial, síndica, jornalista, publicitária, diretora da Associação de Síndicos, Síndicos Profissionais e Afins do Leste de Minas Gerais (ASALM), Diretora Nacional de Comunicação da Associação Nacional da Advocacia Condominial (Anacon) e coautora do livro e-book: “Experiências Práticas Conflitos Condominiais.”

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal.

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