Economia

Multinacional de embalagens de vidro adia projeto em Juiz de Fora

A fábrica da Ardagh Glass Packaging resultaria na geração de cerca de 300 empregos.

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Informações apontam que suspensão foi devido à deterioração do mercado de vidro brasileiro | Crédito: Adobe Stock

A Ardagh Glass Packaging (AGP) interrompeu a construção de uma fábrica de embalagens de vidro em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. A unidade seria a primeira da multinacional no Brasil e já estava em estágio avançado de obras, com previsão de entrar em operação no primeiro semestre deste ano. O adiamento do projeto impacta a geração de cerca de 300 empregos.

As informações extraoficiais foram veiculadas na imprensa internacional e local nesta semana. De acordo com a mídia do exterior, a empresa suspendeu o projeto em razão de uma deterioração nas condições do mercado de vidro brasileiro. Procuradas, a companhia não respondeu à reportagem até o fechamento desta edição e a Prefeitura de Juiz de Fora não se posicionou.

Uma das líderes na Europa e nas Américas, a Ardagh Glass Packaging fornece produtos para indústrias de bebidas, alimentos, farmacêutica e química. A fabricante é uma das subsidiárias da Ardagh Group. A multinacional irlandesa de embalagens, com sede em Luxemburgo, opera 63 instalações de produção de metal e vidro em 16 países, empregando mais de 20 mil pessoas.

Outra empresa controlada pelo grupo da Irlanda é a Ardagh Metal Packaging (AMP), que também anunciou uma planta em Juiz de Fora para fabricação de latas. A companhia é uma das maiores produtoras globais de embalagens de alumínio para bebidas e já possui três unidades no Brasil: em Jacareí, no estado de São Paulo, Alagoinhas, na Bahia, e Manaus, no Amazonas. A unidade seria construída após a fábrica de vidros e não há informações se o projeto será adiado. 

Investimento estimado para as fábricas de embalagens de vidro e latas era de R$ 2,4 bilhões

O anúncio de instalação de ambas as unidades em Minas Gerais ocorreu em maio de 2022. A construção das plantas produtivas teria investimentos da ordem de R$ 2,4 bilhões. Na época, o CEO da Ardagh Group no Brasil, Jorge Bannitz, atribuiu a escolha de Juiz de Fora para a execução dos projetos à localização e a estrutura oferecidas pelo município da Zona da Mata. 

“Juiz de Fora foi escolhida estrategicamente para ampliar a presença da Ardagh na região Sudeste, que é um importante mercado em contínua expansão. É a quarta cidade mais populosa do Estado; tem localização privilegiada e apresenta toda a infraestrutura necessária para o porte de um empreendimento moderno e ambicioso, como o que estamos anunciando”, destacou, à época. 

“Outro aspecto é a viabilidade da construção de um terminal ferroviário neste polo, utilizando a linha ferroviária adjacente. O modal poderá ser utilizado para o recebimento de matérias-primas e o transporte de produtos acabados da Ardagh”, completava o diretor-executivo da multinacional.

Naquele momento, o dirigente também havia dito que, em uma primeira fase, a fábrica de latas de alumínio, da AMP, receberia duas linhas de produção, podendo atingir a capacidade de três bilhões de unidades por ano. Enquanto isso, a planta de embalagens de vidro, da AGP, teria dois fornos na primeira etapa, desenhada para produzir, anualmente, mais de 200 mil toneladas.

Unidades seriam construídas em terreno que pertencia à  Mercedes-Benz, em Juiz de Fora

Na ocasião de apresentação do investimento, a prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão, detalhava que o terreno a ser ocupado pela unidade fabril de latas está localizado no Distrito Industrial II, com uma área de 260 mil metros quadrados, sendo 130 mil m² de área construída para a produção e estoque. A planta de embalagens de vidros seria construída no mesmo local e contaria com cerca de 130 mil m² de área total e aproximadamente 70 mil m² de edificações.

Cabe ressaltar, nesse caso, que os empreendimentos ficariam localizados em um terreno que pertencia à montadora de veículos Mercedes-Benz. O grupo irlandês adquiriu a área visando expandir as operações no Brasil. As duas unidades gerariam mais de 600 empregos diretos.

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