Economia

Petrobras anuncia novo investimento para a Regap, em Betim

Recursos serão aplicados na modernização e aumento de capacidade da refinaria, que chegará a 200 mil barris/dia até 2027

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Também está em curso uma parada programada para a manutenção da unidade localizada em Betim | Crédito: Divulgação Regap

A Petrobras investirá US$ 2,6 bilhões na Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O aporte faz parte do plano estratégico da estatal, que vem retomando os investimentos em refinarias, após serem suspensos pelo governo anterior. Todo o processo, que visa o aumento da capacidade e a modernização, será concluído até 2030.

O anúncio do investimento na Regap foi feito pelo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, durante o 1º Encontro de óleo, gás e biocombustíveis para o fortalecimento da cadeia de produção industrial e comercial brasileira. O evento aconteceu, ontem, na sede da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), em Belo Horizonte.

Conforme o presidente da Petrobras, os investimentos na Regap são importantes para o aumento da capacidade produtiva e irão gerar mais riquezas para Minas Gerais.

A previsão é modernizar e ampliar a produção na refinaria dos atuais 170 mil barris ao dia para 200 mil barris até 2027. Em uma segunda fase, a capacidade chegará até 240 mil barris, em 2030.

Também estão previstos aportes para melhorar a suficiência energética da planta. Para isso, está prevista a construção de uma usina fotovoltaica, que irá fornecer 80% da energia utilizada na planta. A capacidade de geração na unidade de Betim será de 11 megawatts.

Conforme ressaltou Prates, há também interesse do atual governo de investir em biocombustíveis. “Estamos conversando para reinvestir na planta de Montes Claros. Então, estamos falando de projetos de Macaúba tanto na Bahia como em Minas Gerais”, afirmou.

Parada para manutenção

Também está em curso uma parada programada para a manutenção da unidade. Neste projeto estão sendo destinados R$ 500 milhões e devem ser gerados, durante o processo, cerca de 3 mil empregos. 

O presidente da entidade ressaltou que a parada é importante para a unidade, que ficou sem receber investimentos nos últimos anos. A falta de aportes, segundo Prates, ocorreu pela intenção do governo anterior de vender a refinaria.

A nossa refinaria em Betim recolhe mais impostos para o Estado do que a Fiat, as siderúrgicas e até mesmo a Vale. Vamos dar novo fôlego à Regap. É bom lembrar que a Petrobras parou de investir em todas as oito refinarias do País, já que o governo anterior iria vender. Conseguimos impedir a venda, principalmente, da Regap e de Canoas, que são muito importantes”, explicou Prates.

Importância dos investimentos da Petrobrás na Regap, em Betim

Conforme Prates, os investimentos na refinaria são importantes tanto para aumentar a produção nacional de combustíveis como para promover o desenvolvimento local. Isso acontece devido à geração de empregos e renda para a população e também por gerar mais tributos para o Estado. 

“São investimentos importantes, feitos em Minas e com os mineiros e mineiras. Eles fortalecem a economia local. Não precisamos construir novas refinarias. Hoje, com a modernidade e com a necessidade da transição energética batendo à porta, desenvolvemos formas de construir refinarias dentro das nossas próprias unidades. A Regap é um exemplo disso. Vamos aumentar a capacidade dentro do mesmo terreno, da mesma área da própria refinaria de Betim”, explicou.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou a importância da Regap para Minas Gerais. “A Regap é uma das principais fontes de arrecadação de tributos do Estado. O faturamento bruto da unidade chegou a R$ 50 bilhões em 2022, dos quais R$ 12 bilhões são de arrecadação de tributos. Vamos ampliar a capacidade de refino da empresa, gerando mais tributos para Minas investir em educação, segurança, saúde que, como nós sabemos, tem tantas carências”, disse.

Investimento da Petrobras na Regap agrada indústria

O presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, ressaltou que a Petrobras e a Regap têm papel fundamental na economia mineira e que o aporte será importante para a economia do Estado. “O plano de investimento da Regap traz oportunidades extraordinárias para o Estado. Hoje, boa parte do combustível de Minas Gerais já é importado de outros estados. Então, Minas Gerais perde, com isso, uma dinâmica relevante”, avaliou. 

Roscoe destacou ainda que a Regap tem condições técnicas, é uma extraordinária refinaria e tem espaço. Portanto, para ele, o investimento na unidade vem valorizar os mineiros e também a indústria mineira, que é consumidora dos produtos. “Quanto maior competitividade houver na Regap, todo o setor industrial bebe nela. Então, para nós o investimento é fundamental”, concluiu.

Operador Nacional

Durante o evento, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou a criação de uma proposta para a implementação de um Operador Nacional do Sistema de Distribuição de Combustíveis. O objetivo é combater a adulteração, a sonegação fiscal e assegurar o abastecimento, além de obter o controle completo da cadeia de distribuição de combustíveis.

A proposta, que deverá ser encaminhada em breve ao Congresso Nacional como projeto de lei, será nos moldes do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), reconhecido internacionalmente pela sua eficiência. O novo operador atuaria, ainda, de forma complementar à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

“O governo está muito preocupado em dar eficiência a toda cadeia de combustíveis no Brasil. O MME é responsável pela qualidade do produto e pela garantia de suprimento dos combustíveis do Brasil. Pretendemos fazer com os combustíveis o mesmo que fizemos com o sistema elétrico. Queremos que este operador seja para a ANP o que o ONS é para a Aneel. Precisamos ter a segurança de que toda vez que a Petrobras ou qualquer fornecedora, ou importadora abaixar o preço na refinaria, essa redução chegará ao consumidor final nos postos de combustíveis. Ele vai ser fiscalizador e ter uma visão global do sistema”, explicou o ministro.

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