Economia

Polo têxtil de Divinópolis espera queda de 30% nas vendas

Concorrência com vendas on-line, além do inverno curto, faz empresas do polo têxtil de Divinópolis manterem mesmo nível de contratação

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As empresas seguraram as demissões na expectativa de um desempenho melhor em 2024 | Crédito: Alisson J. Silva

O polo têxtil de Divinópolis, no Centro-Oeste do Estado, espera queda de cerca de 30% nas vendas deste ano em comparação com 2022. A concorrência com o comércio on-line chinês é a principal causa da piora no volume de encomendas, que já deveriam estar em ritmo acelerado, com a proximidade do fim do ano. Diante do cenário, a previsão do Sindicato das Indústrias de Vestuário de Divinópolis (Sinvesd) é de um faturamento 10% menor em 2023.

Segundo o presidente do Sinvesd, Mauro Célio de Melo Júnior, este ano foi mais complicado para a indústria têxtil divinopolitana. E, diante da falta de encomendas no ritmo tradicionalmente mais aquecido no segundo semestre, as empresas estão com encomendas abertas até o mês que vem. Geralmente, as indústrias da cidade fecham as encomendas em setembro.

“Os sites de venda on-line direta nos tiraram bastante vendas. O comércio também está retraído e o varejo com retração grande. Então, ainda estamos patinando”, afirmou.


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Outro fator que Melo Júnior aponta para a queda nas vendas das empresas de confecções e vestuário de Divinópolis foi o inverno deste ano. As altas temperaturas que predominaram em 2023 foram ruins para o setor, já que houve um período de frio mais curto e menos intenso que em outros anos, o que afetou a demanda por agasalhos. Isso também estagnou a criação de postos de trabalho por parte do setor.

“As contratações não aconteceram como nos outros anos. Final de 2023 já se aproxima e o nível de ocupação está praticamente o mesmo de todo o ano. As empresas seguraram as demissões na expectativa de um inverno melhor para o setor em 2024, porque o inverno desse ano foi ruim. Não conseguimos aumentar o número de empregos na cidade”, explicou.

Diante do cenário, o presidente do sindicato estima que o faturamento da indústria de tecidos de Divinópolis apure queda de 10% neste ano, em relação ao ano passado. Segundo Mauro, esse número só não será maior por conta do aumento dos preços no começo de 2023, que rendeu crescimento no faturamento no período.

“Tivemos um faturamento maior, mas com venda menor. De todo jeito, o ano foi muito fraco para as empresas”, lamentou.

Ele também admitiu que para superar o ano difícil, as empresas do polo têxtil reduziram custos e têm tentado expandir negócios com novos clientes.

Marca própria

Conforme já publicado pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO, o polo têxtil de Divinópolis tinha um projeto para criar uma marca própria, mas o presidente do sindicato que representa o setor no município disse que atualmente esse plano está parado e não há previsão para um retorno no curto prazo.

A decisão decorre, inclusive, da concorrência com os produtos vindos do gigante asiático, que Mauro Júnior classifica como o maior desafio para o setor. Segundo ele, é difícil concorrer com produtos piratas vendidos na internet e também nas feiras de grandes cidades e até mesmo com aqueles comercializados em sites como Shein e Shoppee.

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