O objetivo é pressionar o Governo Federal para que sejam tomadas providências contra as importações de leite em pó do Mercosul
Diante do aumento nas importações de leite, produtores mineiros promovem, nesta segunda-feira (18), o movimento “Minas grita pelo leite”. Eles alegam que a concorrência desleal está gerando prejuízos para o setor.
O objetivo do ato é pressionar o Governo Federal para que sejam tomadas providências contra as importações de leite em pó do Mercosul, especialmente da Argentina e do Uruguai.
O produtor Luiz Carlos Rodrigues, da Fazenda Nova Terra, em Uberaba, no Triângulo Mineiro, conta que o movimento é necessário para dar visibilidade à situação que os produtores de leite em Minas e de todo o País estão vivendo.
“As indústrias têm pagado um baixo preço ao produtor por conta dessas importações. São mais de 2 bilhões de quilos de leite entrando em nosso País e impactando diretamente no preço ao produtor. Isso está causando um dano tremendo dentro da porteira. Hoje, o produtor não tem mais sustentabilidade [em seu negócio]. Se o Governo Federal não fizer nada, se essas importações continuarem, infelizmente haverá um êxodo na produção de leite no Brasil”, diz.
Em 2023, a importação de leite em pó cresceu quase 70%, em comparação com 2022, chegando, assim, a um volume equivalente de 2,2 bilhões de litros. Somente em janeiro deste ano foram importados o equivalente a 206 milhões de litros, uma alta de quase 36% em relação ao mesmo período do ano passado.
Organizado pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), o movimento reúne lideranças políticas, cooperativas e produtores rurais no Expominas, em Belo Horizonte.