Impulsionado pela indústria, o saldo de empregos formais em Minas Gerais voltou a ficar positivo em janeiro, após dois meses seguidos de déficit, conforme os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados na sexta-feira (15) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). No primeiro mês de 2024, foi registrado superávit de 13.784 vagas com carteira assinada no Estado, algo que não ocorria desde 2022. Nos próximos meses, a geração de empregos continuará a ser impulsionada pelo setor industrial.
Os números indicam aceleração na geração de empregos no começo deste ano. Desde setembro, o saldo de empregos de Minas Gerais vinha menor que o apurado no mês anterior. Em dezembro, o déficit chegou a 47.269 vagas, após registrar um resultado negativo de 157 postos em novembro.
O economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Izak Carlos Silva, comenta que o fechamento dos postos de trabalho em dezembro é devido à sazonalidade, principalmente com encerramento de contratos temporários. A novidade é que a indústria, em especial, a de transformação, não teve força suficiente para absorver essas vagas, mas teve agora, em janeiro. “Esse movimento, proporcionalmente mais forte do que o observado no Brasil, é que fez a diferença para um resultado positivo no saldo de empregos em janeiro”, disse.
O economista destaca que o desempenho da indústria mineira está melhor do que no País. Alguns setores industriais estão em evolução no Estado, enquanto enfrentam dificuldades no Brasil, como o segmento de máquinas e equipamentos, metalurgia e siderurgia, produtos de metal e veículos. “A diferença para o bom desempenho do mercado de trabalho de Minas Gerais tem sido a indústria, que tem puxado essa dinâmica”, comenta.
inda de acordo com o Caged, nos últimos 12 meses, ou seja, de fevereiro de 2023 a janeiro de 2024, Minas Gerais somou 155.777 empregos gerados, com 2,611 milhões de admissões e 2,455 milhões de demissões. Assim, o Estado apresentou um estoque de 4,784 milhões de postos de trabalho, um aumento de 0,29% em relação ao estoque de dezembro, quando terminou o ano com 4,770 milhões de empregos com carteira assinada.
No País, o saldo de empregos de janeiro deste ano foi de 180.395 postos de trabalho. O resultado foi fruto de mais de 2,067 milhões de admissões e 1,887 milhão de desligamentos no mês. Além disso, o saldo ficou positivo em 25 das 27 unidades da federação.
Setores
O comércio foi o destaque negativo entre os cinco grandes grupos de atividade econômica no primeiro mês do ano, com o fechamento de 6.643 vagas. Todos os outros setores registraram superávit de empregos. A indústria foi o grande destaque, com 8.851 novos postos de trabalho, seguido pelo setor de serviços (6.619), construção (4.820) e agropecuária (110). Fora o comércio, todos apresentaram evolução no saldo em relação a dezembro.
Indústria
O economista do BDMG aponta para uma perspectiva positiva para o mercado de trabalho mineiro. Ainda assim, o Estado continuará a gerar mais vagas de emprego nos próximos meses, mas a taxas menores, por já estar perto do limite de mão de obra disponível. “Provavelmente, nós não vamos mais gerar tantos postos quanto ano passado, porque estamos perto do pleno emprego”, explica Silva.
Ele afirma que a geração dos novos postos de trabalho será disseminada por todas as atividades da economia em Minas, com mais força nos setores industriais e de serviços. O agronegócio também será impactado positivamente pela boa safra de café prevista para 2024. Mas o setor deve observar os efeitos das alterações climáticas na sua produção. “A agropecuária também deve performar bem em termos de postos formais de trabalho, mas menos que o ano passado”, finaliza.