InícioNotícias‘Quando se gera emprego e renda, gera dignidade’, afirma Enes Cândido

‘Quando se gera emprego e renda, gera dignidade’, afirma Enes Cândido

Deputado estadual acredita em mudança de cenário na cidade nos próximos 20 anos

GOVERNADOR VALADARES – Um grande atleta, aluno exemplar do Colégio Tiradentes, criado no Bairro de Lourdes. Vereador mais votado em duas eleições seguidas, hoje deputado estadual. Estamos falando de Enes Cândido, que foi enfermeiro, diretor do Hospital Regional, do Bom Samaritano, secretário de Saúde e se especializou nessa área para chegar ao posto atual.

Em entrevista ao DIÁRIO DO RIO DOCE, ele contou um pouco de sua trajetória na cidade, suas expectativas para 2024 e que legado pretende deixar para os filhos Rafael, Iza e João, e para todos os valadarenses.

A entrevista completa você confere no Abre Aspas, em nosso canal no YouTube.

FRED SEIXAS – Conta pra gente um pouco da sua trajetória. Onde você se formou, o que você estudou, como foi crescer em Valadares e conhecer essa cidade?
ENES CÂNDIDO –
Nós já nos conhecemos, Fred. Estudamos juntos da 5ª ao terceiro ano do ensino médio no Colégio Tiradentes. Eu não sou filho de militar, sou neto, e entrei no Tiradentes naquele processo que tinha para civis. Tinha uma turma por ano, com 40 vagas, e eu passei em 28º. Antes estudei no Israel Pinheiro, da primeira à quarta série, do ensino fundamental. Eu cresci ali, no bairro de Lourdes, na rua Pará, e o pré-escolar também foi no bairro de Lourdes, no Colégio Ovelhinha.
Passei a juventude toda focada em ser jogador de futebol. Cheguei a ser profissional. Fui campeão de Juniores, pelo Democrata, em 2003. Antes de 2003, o Democrata me emprestou com 14 anos para o juvenil do América (MG). Não deu certo a transação financeira entre Democrata e América naquele momento. Eu retornei para Valadares, mas em 2001, o Democrata rebaixa para a segunda divisão, e eu fui vendido para um empresário do interior de São Paulo, rodei o interior, mas tive a infelicidade de ter uma lesão grave no joelho esquerdo com 17 anos. E naquele momento a ressonância mostrava que era cirúrgico. Fiz a cirurgia, retornei a jogar, voltei para o Democrata, e foi quando nós ganhamos o Campeonato Mineiro de Juniores em 2003. Falei: ‘poxa, mesmo com joelho operado, estava bem fisicamente, acho que vou voltar para algum time da capital’. Nesse momento, fui jogar uma pelada lá no SESC, no Grã-Duquesa, aí machuco o outro joelho. Foi aí que pensei em começar a fazer faculdade. Um jogador de futebol com duas lesões graves? Eu não estava preparado para ficar mudando de time de três em três meses e, claro, todo mundo sabe que um cara com duas lesões não iria conseguir um bom contrato. Como eu já tinha terminado o terceiro ano científico, estava fácil para tentar um vestibular, daí eu decidi fazer Enfermagem.
Todo mundo perguntou: por que não Educação Física? Eu estava tão triste com a situação das duas lesões, eu pensei em Enfermagem ou Fisioterapia, porque passei muito tempo na fisioterapia cuidando dos joelhos e me identifiquei. Mas naquele muito do cuidar, escolhi Enfermagem. Fiz a faculdade, me formei, e me preparei para ser diretor de hospital. A minha formação na faculdade, as minhas especializações… Trabalhei por 5 anos no Pronto-Socorro, tinha uma destreza boa de liderança, de ser um bom enfermeiro na porta do hospital. Mas Deus queria e tinha um plano pra mim na gestão. Então eu sou gestor público, tenho especialização em gestão hospitalar, sou mestre em Administração e Gestão Hospitalar.
Entrei na política em 2016, sem demagogia nenhuma, por acaso. Eu fui imputado em um momento, quando fecha a janela em abril, por um grupo. Eles iriam apoiar um candidato, mas não deu certo. Para se ter uma ideia, eu não sabia nem como montava chapa em 2016. Outras pessoas cuidaram disso. Eu fui para a rua, tentar vez se lograva êxito naquela eleição. Uma grata surpresa de ser o vereador mais votado em 2016, depois assumi em 2017 meu primeiro mandato de vereador.

FRED SEIXAS – Você lembra quantos votos foram?
ENES CÂNDIDO –
3.340. Eu sei todas as quatro votações. Comecei o mandato de vereador focado na saúde. Quando tinha um ano e pouco que eu estava na Câmara, meu grupo político pediu que eu dobrasse [como candidato a deputado a estadual] com um candidato a deputado federal, para ajudar a somar votos. Não mudei de partido porque achei que conseguiria uns 10 a 12 mil votos para ajudar. Mas no decorrer da campanha, minha candidatura foi ganhando robustez e vi que tinha chances de ganhar a eleição. Só que naquele momento era tarde, não tinha como mudar mais de partido. A parte técnica da política já tinha fechado a janela.

FRED SEIXAS – Isso foi na sua primeira eleição a deputado estadual?
ENES CÂNDIDO –
Sim. Em 2018. Para quem achou que teria 10 mil, 12 mil votos, tive 35.922 naquele ano. Dezoito deputados foram eleitos com menos de 35 mil votos. Se eu acerto como acertei agora em 2022 [na escolha do partido], já estaria na Assembleia Legislativa desde 2019. Deus não aprovou naquele momento, minha vida sempre é pautada e eu tenho certeza que Deus sempre traz essa segurança pra mim: tudo acontece no tempo de Deus. E na minha vida, na sua, não é diferente. Não foi o momento! Eu amadureci, virei secretário de Saúde, peguei a pandemia [de covid-19] como secretário, vim para uma nova eleição para vereador e bati recorde. Saí de 3.340 para 5.172 votos. É uma votação histórica em Valadares, que ajudou a fomentar meu nome para a [campanha de deputado estadual] um ano e meio depois. E aí, nesse momento, eu estudei o partido, tinha mais relacionamento. Fui a BH várias vezes negociar em qual chapa estaria. E optei por uma chapa já alinhada com o Governo Estadual, o atual governador Romeu Zema (NOVO), e fiz uma campanha com bastante pé no chão, para ter de 45 mil a 50 mil votos. E fui surpreendido por ter mais de 70 mil votos. Tive 70.472 votos.

FRED SEIXAS – O que você sentiu ao ver o total de votos?
ENES CÂNDIDO –
Primeiro, grato a Deus por essa oportunidade, e também à população de Valadares, porque eu achei que teria aqui de 20 mil a 25 mil votos na cidade, mas tive quase 34 mil votos. Ou seja, o valadarense entendeu que eu virava uma liderança política nova, começando a se consolidar e muita vontade de trabalhar, e com técnica para colocar nosso município e região em um patamar que não pode sair, porque nós somos estratégicos para o Governo Estadual, para o Governo Federal. Nós somos polo em tudo. Em comércio, saúde, educação. Somos sede da macro leste. Precisávamos voltar a ter essa representatividade, junto ao Governo do Estado. E consegui, depois dessa eleição. De fato sou um valadarense que não mudou daqui. Eu não mudei de Valadares. Meus filhos estudam aqui, minha esposa e eu moramos aqui. Eu tenho meus compromissos lá, mas eu vou e volto. E mostrei para o Governador Zema e para o seu secretariado que aqui há um município grande, que merece respeito, que merece ser tratado como polo. Então voltamos a ter esse interlocutor. Daqui de Valadares sou eu e o Coronel Sandro (PL). Há outros deputados da região, mas não com a mesma representatividade tamanha dentro de Valadares. Quero que meus filhos e meus netos façam a vida aqui, porque eu amo Valadares. Quero continuar vivendo aqui. Quero estar representando Valadares em algum cargo onde eu possa ser útil, para ser um canal de bênção, para aquilo que eu domino e sei fazer. Quero trabalhar. Estou com 40 anos de idade e peço a Deus saúde, porque vontade eu já tenho. Se eu tiver saúde, eu vou rompendo e devolvendo esse serviço para a população.

FRED SEIXAS – Quais são as metas para este ano de 2024, como deputado?
ENES CÂNDIDO –
Valadares precisa, além do nosso trabalho de interlocução [dos deputados federais e estaduais], junto com a Prefeitura, mostrar que temos um potencial, que estamos inseridos em uma região privilegiada, não só de malha rodoviária, mas também de benefícios proporcionados pela Sudene. Então juntando tudo, interlocução, malha rodoviária, ter a área da Sudene, para o empresário querer vir para cá. Tem muita empresa que está em São Paulo, que pode abrir uma filial aqui, porque ela está passando por aqui para atender o Nordeste, e pode diminuir o custo dela. O que nós precisamos é que o valadarense tenha emprego e renda para que o valadarense entenda que ele não precisa mais ir embora para os Estados Unidos. As pessoas precisam estar preparadas para esses postos que serão viabilizados, que vão gerar renda e movimentar a economia da cidade. É uma cadeia produtiva. O ciclo econômico fica aqui dentro.

FRED SEIXAS – Você mencionou que já tem filhos. O que pensa em deixar de legado para eles?
ENES CÂNDIDO –
Quero deixar uma cidade que tenha saúde. Uma cidade que tenha faculdades federais e particulares com todos os cursos possíveis. Espero que essas empresas venham se alocar aqui, e que tenha esses empregos qualificados que falei. Sem falar no Hospital Regional, que depois de pronto vai gerar empregos para médicos, enfermeiros, toda a equipe interdisciplinar da Saúde, da higienização ao médico. Quero ver as pessoas se formando e fazendo processo seletivo em pelo menos umas três empresas aqui na cidade, porque eu me formei aqui, tenho emprego aqui e não preciso sair daqui. Quero ver meus filhos na faculdade aqui. Quero ver o comércio e as empresas em um segundo momento, nos próximos 20 anos, uma cidade muito melhor para se viver, porque vamos ter emprego e renda. E quando se gera emprego e renda, você gera dignidade para as pessoas continuarem vivendo onde elas nasceram, que é o meu caso e o seu.

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