44% das mulheres não têm com quem deixar o filho para trabalhar
Pesquisa sobre mulheres empreendedoras divulgada pelo Sebrae Minas mostra dificuldade de conciliar negócios e família
Conciliar negócio e família ainda é um desafio para as mulheres empreendedoras. A constatação está na nova pesquisa ‘Mulheres Empreendedoras’ divulgada, nesta quinta-feira (7), pelo Sebrae Minas, véspera do Dia Internacional das Mulheres, celebrado em 8 de março.
O estudo revela que a cada 10 mulheres, nove têm dificuldade em conciliar a gestão do próprio negócio com os cuidados dos filhos. 44% delas, inclusive, não têm com quem deixá-los enquanto trabalham.
Para 21% das empreendedoras entrevistadas, a solução para conseguir gerir um negócio próprio é deixar as crianças na casa de um familiar ou amigo. A sobrecarga nas tarefas domésticas também foi um ponto levantado na pesquisa. A maioria das entrevistadas (53%) relata ter dificuldade moderada a alta para conciliar a gestão do negócio com as atividades da casa.
Tarefas domésticas ainda são responsabilidade exclusiva de mulheres
As tarefas domésticas ainda são de responsabilidade exclusiva para 70% das entrevistadas. Apenas 14% delas alegam dividir igualmente as tarefas com seus cônjuges ou outros moradores da casa, enquanto 12% paga para alguém fazer o serviço.
“A sobrecarga é um ponto que a gente tem percebido de forma histórica, e isso não é mais admissível no mundo de hoje. Não cabe mais à mulher ser responsável por todo o trabalho doméstico e pela família. É uma situação injusta, e precisamos ressaltar isso para que este cenário mude” comenta a analista da área de Inteligência Estratégica do Sebrae Minas, Izabella Siqueira.
41% dos pequenos negócios são comandados por elas
A participação das mulheres nos pequenos negócios se torna cada vez mais relevante para a sociedade. Sete a cada 10 mulheres empreendedoras tem o negócio como principal fonte de renda, mostra a pesquisa.
Minas é o segundo estado do País a ter mulheres no comando dos pequenos negócios em número absoluto, perdendo apenas para São Paulo. No Estado, dos quase 2 milhões de pequenos negócios ativos, 41% são liderados pelo sexo feminino.
O número acompanha a tendência nacional. No Brasil, também corresponde a 41% os pequenos negócios comandados por elas, em um universo de 7,5 milhões de empreendimentos.
Ao serem questionadas qual é a principal motivação para empreender, mais de 60% das entrevistadas alegaram que a paixão pelo que fazem, a realização pessoal e a maior independência e flexibilidade de horário são os principais fatores que as levaram para o mundo do empreendedorismo.
Vestuário e acessórios lideram preferências de negócios
Dentre as atividades que mais têm mulheres como representantes legais em pequenas empresas mineiras, o comércio varejista de artigos de vestuário e acessórios segue em primeiro lugar.
Na segunda posição, vem o setor de cabeleireiros, manicure e pedicure. Já na terceira, estão as atividades de estética, entre outros serviços de beleza. Os serviços domésticos ocupam a quarta posição, e para finalizar o top 5 das principais atividades, entra nesta posição a promoção de vendas.
No comparativo por setor econômico, o segmento de serviços concentra o maior número de empresas lideradas por mulheres no Estado, com mais de 400 mil empreendimentos . Já o setor de comércio está em segundo lugar, com 261 mil empresas com mulheres à frente dos negócios.
Sebrae lança campanha para apoiar mulheres empreendedoras
No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, o Sebrae Minas lança a campanha Compre de um Mulher. A iniciativa visa fomentar o empreendedorismo feminino impulsionando as vendas nos pequenos negócios comandados por elas.
A campanha contará com inserções na mídia tradicional e nas redes sociais de mensagens que proporcionem reflexões sobre as dificuldades enfrentadas por elas. A divulgação também pretende contribuir para a criação de uma rede para que as empreendedoras possam divulgar produtos e serviços de formas eficientes.
Ao longo do mês de março, o Sebrae Minas promoverá em vários municípios do Estado ações de capacitação e inspiração com foco no empreendedorismo feminino.
“As mulheres chegam até o Sebrae buscando apoio nas áreas de gestão, finanças, marketing e vendas. E nós além disso, temos oferecido e trabalhado com elas as habilidades socioemocionais: inteligência emocional, técnicas de negociação e comunicação. A gente entende que além das barreiras técnicas, as mulheres enfrentam as barreiras culturais”, pontua a analista de Negócios do Sebrae, Arielle Alexandria.
