Economia

Renda das mulheres em BH é 33,3% abaixo dos homens

Enquanto a renda média entre as mulheres é de R$ 3.663, para os homens o valor sobe para R$ 4.883

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Segundo a Sef-MG, 131.415 mulheres possuem CNPJ na categoria microempreendedor individual ativo em Belo Horizonte | Crédito: Freepik

A renda média entre as mulheres que residem em Belo Horizonte é de R$ 3.663, contra R$ 4.883 dos homens, uma diferença de 33,3%. É o que revela um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), essa diferença contribui para que o público feminino esteja, com certa frequência, na liderança do cadastro de inadimplência do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) na capital mineira.

O presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, diz que, ao longo do ano, as mulheres permaneceram como as mais inadimplentes. “Ainda que o valor devido por elas seja inferior ao dos homens, o volume de dívidas por CPF é maior, pois elas são as responsáveis pelas compras de manutenção da casa e têm uma renda menor”, completa.

Conforme levantamento realizado pela entidade em janeiro, o valor médio devido pelas mulheres era R$ 4.905,92 e, pelos homens, R$ 5.288,44.

Nos últimos dez anos, o País observou uma redução na diferença entre salários pagos às mulheres e aos homens, com o índice de paridade salarial passando de 72 para 78,7 em 2023. A paridade de gênero é medida em uma escala de 0 a 100, sendo que quanto mais próximo de 100, maior a equidade entre mulheres e homens.

Os dados são do relatório Mulheres no Mercado de Trabalho, realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) a partir de microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc) do IBGE.

Conquistas recentes das mulheres

O empreendedorismo no público feminino da capital mineira tem se fortalecido nos últimos anos. Conforme dados da Secretaria da Fazenda de Minas Gerais (Sef-MG), 131.415 mulheres possuem CNPJ na categoria microempreendedor individual ativo em Belo Horizonte.

“As microempresárias se destacam em atividades como cabeleireiros, varejo de vestuário, alimentação e prestação de serviços. A atividade dessas mulheres movimenta a economia da cidade, gera renda e emprega outras mulheres”, destaca Souza e Silva.

O presidente da CDL/BH ainda ressalta a importância do apoio às mulheres no desenvolvimento de seus próprios negócios e de suas carreiras profissionais, uma vez que elas vêm ocupando uma significativa participação econômica e social, tanto na Capital quanto no Brasil.

Outro destaque foi o avanço da participação feminina em cargos de liderança no País, passando de 35,7% em 2013 para 39,1% no ano passado. É o que apontam os dados do relatório Mulheres no Mercado de Trabalho. No caso da empregabilidade, o crescimento foi de 6,4%.

Os microdados extraídos da PNADc também indicam que as mulheres têm mais escolaridade que os homens, com uma média de 12 anos de estudo contra 10,7 anos do público masculino. O Censo da Educação Superior 2022, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira  (Inep), mostra que, nesse ano, dos 803.622 concluintes do ensino superior no país, 484.869 eram mulheres, ou seja, 60% do total.

Para Souza e Silva, esses dados revelam o empenho das mulheres “em fazer dar certo”. No entanto, ele ressalta que elas ainda encontram barreiras que as impedem de seguir avançando, com a dificuldade de acesso ao crédito e a descrença do mercado do investidor privado. “É imprescindível que essas ações e pensamentos sejam mudados, pois, as mulheres têm capacidade técnica e humana para impulsionar a economia”, conclui.

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